Por
sua vez, a agência Bloomberg prognostica um apocalipse global, caso o
congresso americano não seja capaz de encontrar uma solução até 17 de
outubro. Para esta data, o tesouro público dos EUA ficará apenas com 30
bilhões de dólares, o que equivaleria a uma falência técnica da maior
economia mundial.
A
Bloomberg, uma das mais prestigiosas agências de informação
empresarial, prediz o colapso da economia mundial, se os EUA declararem a
suspensão do pagamento da dívida e não estiverem em condições de pagar
as obrigações estrangeiras. Os analistas comparam a suspensão do
pagamento da dívida com a falência do banco de investimento Lehman
Brothers que antecedeu a crise de 2008, e afirmam que agora tudo vai ser
ainda pior. Naquela altura, a quebra do Lehman Brothers provocou uma
recessão, a mais grave desde os tempos da Grande Depressão nos EUA,
tornando-se ponto de partida da crise financeira global, da qual o mundo
não se consegue recuperar até ao momento atual.
Se
agora os EUA pararem de pagar a dívida, isto levará à desestabilização
dos mercados de valores desde São Paulo até Zurique, paralisando o
mecanismo creditício ao serviço da dívida pública, cujo valor atinge 5
trilhões de dólares. Por sua vez, o último derrubará a moeda americana
empurrando a economia global para o "fim do mundo", acreditam na
Bloomberg. Os países que investiram nos títulos americanos mais que
todos – a China e o Japão – serão os mais afetados. Enquanto isso, uma
semana de paralisação do governo dos EUA já reduziu em 0,2% os ritmos de
crescimento do PIB.
A
situação é bastante complicada. São a reputação dos EUA e o sistema
político do país que sofrem maiores prejuízos devido à incerteza
orçamentária, julga Valeri Piven, analista da empresa Life Capital
ProBusinessBank:
“Os
investidores começam a duvidar da eficiência do aparelho estatal dos
EUA. No que diz respeito a outros efeitos vinculados ao pagamento dos
serviços da dívida pública, serão danificados praticamente todos,
inclusive os países que não têm investimentos volumosos. Porque a taxa
de títulos do tesouro é um marco de referência sui generis. No caso de
aumento dos riscos de não-pagamento essa taxa irá crescer, e logo a
seguir irão crescer também as taxas de todas as obrigações existentes no
mundo. Em resumidas contas, o custo dos empréstimos será maior.”
O
Congresso dos EUA ainda tem nove dias para a salvação. No entanto, a
confrontação dos democratas e dos republicanos continua, comenta Alexei
Golubovich, presidente da companhia Arbat Capital:
“No
Congresso está decorrendo uma luta entre os republicanos e os
democratas que disputam concessões em algumas verbas do orçamento e
também o programa de seguro de saúde, o qual os republicanos pretendem
cortar, enquanto Obama atua, neste caso, desde uma posição populista.
Este é o significado de todos os acontecimentos. Os republicanos
precisavam inicialmente de bloquear o financiamento orçamentário do
governo, o que eles alcançaram fazer, para mostrarem que, seja como for,
têm algumas forças para continuar resistindo ante Obama.”
Muitos
especialistas não compartilham o pessimismo da Bloomberg e o consideram
prematuro. Eles acreditam que o desenvolver da situação não chegará até
a moratória. Mais cedo ou mais tarde, pensam eles, os republicanos e os
democratas irão acordar no Congresso tanto sobre uma possível redução
das despesas como sobre o aumento do teto da dívida pública, crê Alexei
Golubovich:
“O
limite da dívida publica não pode ficar sem ser aumentado, o que é
evidente para sérios economistas e especialistas em matéria de mercados
financeiros, portanto não se pode tratar de nenhuma falência dos EUA.
Nos EUA será encontrada uma forma de chegar a acordo e as despesas
orçamentárias prosseguirão sendo financiadas. Na melhor das hipóteses, o
orçamento ficará ligeiramente cortado sob a pressão dos republicanos;
na pior opção, os republicanos se renderão.”
Raymond
McDaniel, CEO da Moody’s, influente agência de notação financeira,
também não duvida que a falência dos EUA é pouco provável. Segundo ele, a
versão da moratória por parte do Tesouro é "fantástica”. Ao
argumentá-lo McDaniel se refere aos acontecimentos de há dois anos.
Naquela altura, a decisão sobre o aumento do teto da dívida pública
também demorou bastante tempo devido à confrontação no congresso, mas
afinal de contas os republicanos e os democratas lograram chegar ao
consenso.
Fonte: Rádio Voz da Russia
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