segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Esquerda e Direita: duas atitudes


Observando os grupos políticos da esquerda revolucionária e paralelamente os grupos que nos seus antípodas evoluem, a que podemos chamar de direita revolucionária (usando aqui os termos por mero comodismo taxonómico, sem qualquer preocupação de rigor), com frequência detectamos duas atitudes mentais bem distintas no que se refere ao seu relacionamento com o meio exterior envolvente. Os da esquerda vivem numa permanente necessidade expansiva. Os grupos e militantes típicos, mesmo que internamente assumam características de seita, estão sempre virados para o exterior, procuram incessantemente conquistar, conquistar espaços, gentes e território, e para isso tentam doutrinar, argumentar, convencer, seduzir, atrair – ocupar a sociedade para além das suas fronteiras. Como são habitados por uma visão total do mundo e da vida, nada lhes é estranho, e nenhum terreno lhes é alheio. Estão sempre presentes, a todo o momento e em toda a parte. A bem dizer, a esquerda sente-se incomodada pela sensação de que há vida fora dos seus domínios. Todos os que estão de fora lhe fazem falta. Todos são potenciais aderentes, a converter pela missionação ou quiçá por métodos mais impressivos. O proselitismo é a sua natureza. Sendo as sociedades modernas dependentes da opinião pública e mediatizadas até ao paroxismo, essa sua atitude faz com que a esquerda parta sempre em vantagem no combate político. Em tempos normais, a tendência será para que esses grupos e ideias cresçam em adesões e simpatias. Só não acontece assim quando a realidade se encarrega de lhes ensombrar a narrativa, e descredibilizar o discurso. Inversamente, os grupos que acima foram designados como direita revolucionária vivem em geral virados para dentro, para si próprios. Vivem intensamente as suas certezas, e confortam-se com a realidade que as confirma, como geralmente acontece, tarde demais. Basta-lhes ter razão, e pouco lhes importa que ela tenha o reconhecimento geral. Desprezam o exterior, o meio envolvente, e não se cansam de manifestar esse desprezo. Os que estão de fora são culpados de viver no erro, e mais não merecem. Como se ouve dizer muitas vezes nesses agrupamentos, só faz falta quem está. Ou, por outras palavras, poucos mas bons. O seu relacionamento com o exterior, mesmo com os mais próximos, é com frequência marcado pelo antagonismo, pela crispação, pela hostilização. Quem está de fora não conta. Há um acentuado tribalismo: nas leituras, nos convívios, nas actividades, vive-se centrado nos nossos, nos fiéis, nos que já são. Não é difícil compreender assim que em regra esses grupos não possuam qualquer virtualidade de expansão, nem consigam criar empatias no vulgo. Embora frequentemente habitados por militantes generosos e sacrificados, por vezes em dimensão heróica, a verdade é que se limitam a permanecer, enquanto não se vão desfazendo por cansaço de uns e desilusão de outros, ou pela sensação de inutilidade de muitos. Crescer é que não crescem, a não ser quando o momento histórico de excepção lhes traz vento favorável. Mas por si mesmos falta-lhes o ímpeto, a vontade, o gosto da conquista de outros públicos e outros terrenos. Pelo contrário, o que se encontra não poucas vezes é o horror instintivo a tudo o que se situa fora do círculo de conforto rigidamente demarcado – nada de misturas, como também se chega a ouvir. Dito isto, não surpreende a conclusão. Quanto mais não fosse pelas duas atitudes psicológicas opostas sumariamente descritas, é indubitável a superioridade metodológica da esquerda no confronto que se trava pela captação da opinião e das multidões, primacialmente localizado no campo mediático, o que diminui seriamente a direita nos combates políticos que vão surgindo (sempre determinados pela agenda adversária).

 Publicado por Manuel em: O Sexo dos Anjos

6 comentários:

  1. Pois é! Falta acrescentar a isto os treinadores de bancada.
    E aqueles a quem o compromisso assusta e pior ainda aqueloutros que prometem e falham consecutivamente. Os tais que fazem muita falta mas nunca estão quando são precisos.
    São uma espécie de ursos em constante hibernação que, de quando em vez, despertam e balbuciam um: Agora é que vai ser, todos fazem falta !!!!

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    1. Realmente camarada, como dizia aquele poeta:
      "A nossa gente não precisa de mudar de ideias; as nossas ideias, sim: essas é que talvez precisem de mudar de gente."


      \o

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    2. Eheheheh!

      Está bem apanhada essa dos ursos. Como bem alimentados dão-se ao luxo de acordar quando lhes apetece.
      É um fartote

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  2. ESSA EXPANSIVIDADE ELES HERDARAM DOS PAPAIS..VEJA O FILME ÁGORA FEITO POR ELES CONTRA OS PAPAIS E PERCEBAM QUE SÃO A MESMA MERDA DELES

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  3. superioridade

    FALSO, QUALQUER UM QUE CONTROLE OS CARTEIS MERDIATICOS IMPÕE SEU LIXO AS MASSAS - A MAIORIA DOS BIPEDES SÃO SERES RUMINANTES

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  4. VEJA QUE NA ÁGORA OCIDENTAL ORIGINAL PODÍAMOS OS QUE NÃO TINHAMOS DESVALORES ALOGENOS LIVREMENTE IR LA E PREGAR NOSSAS IDEIAS..E HOJE?..E HA DECADAS?..OS PAPAIS DELES IMPUSERAM DESVALORES IRRACIONAIS COMO PLATAFORMA E ELES SE APROVEITARAM DESTE DESALICERCE PARA LIXAR TUDO MAIS AINDA, ENTÃO NUM MEIO EM QUE ELES CONTROLAM TUDO E NÓS SEQUER TEMOS DIREITO DE REFUTAÇÃO A SERIO NUMA ÁGORA A SERIO..VEJA O QUE FIZERAM COM O BOLSONARO NO CARTEL..O CARA NEM É UM ANTI-KOSHER DE ALICERCE..É SÓ DAQUELES CROSTICOS QUE QUEREM VOTOS DA PSEUDO-DIREITA E MESMO ASSIM TENTARAM SOFISMAR A SUPOSTA "HOMOFOBIA" DELE COM NOJICE CONTRA A ALIEN FILHA DO COTISTA (E ELA É MESMO REPULSIVA), MAS PRONTO, NO FINAL METERAM SÓ ELE CONTRA VARIOS E ESSES VARIOS AINDA DETURPARAM TUDO NUM SHOW DE PSEUDO-ARGUMENTAÇÃO..SE VC CHAMA ISSO DE SINAPSE, EU CHAMO DE O FUNDO DO POÇO DO HEMISFERIO POR QUE JA NEM EXISTE DEBATE A SERIO, SÓ IMPOSIÇÃO DOS MESMOS DESVALORES IRRACIONAIS, DO MESMO DNA LIXADO ALOGENO BESTIAL, DA MESMA POLUIÇÃO VISUAL, SONORA E CIA SIMIESCA ALOGENA DEGENERANTE; A UNICA META DELES É CONVERTER AMERICAS, ASIA, EUROPA, EX-POLINESIA E CIA NUMA SUB-ASIA GIGANTE

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Exo tes thyras ouden